Sempre que uma nova plataforma de mídia surge no mercado, os especialistas se apressam para estudá-la e, então, fazem suas previsões sobre a possível defasagem de um segmento mais tradicional. No entanto, essa não é uma característica exclusiva da atualidade e dos avanços tecnológicos que reúnem todos os tipos de mídia em um só aparelho.
No início do século XX, o único meio de difundir informação era a imprensa escrita. Com a chegada dos rádios domésticos, muita gente decretou o fim dos jornais — que continuam fazendo parte de nossas vidas. Posteriormente, o advento da televisão ameaçou a existência do rádio.
Contudo, os fatos nos mostram que os meios de comunicação, em vez de extinguirem-se, se adaptam e, até mesmo, se integram às tecnologias novas. Nesse contexto, o rádio, ainda que em meio a tantos dispositivos com tela, permanece ocupando o seu espaço como mídia portátil e democrática.
Porém, você sabe o que sustenta essa consolidação em plena era dos smartphones? Neste post, procuramos solucionar esse “mistério” de uma vez por todas. Acompanhe!
A resistência do rádio às tendências tecnológicas
Caso você ainda não tenha conferido as seis curiosidades da história do rádio que publicamos no blog, vale destacar que a tecnologia ganhou força no Brasil somente nos anos 30, quando Getúlio Vargas decretou a veiculação de propagandas em transmissões via rádio.
À medida que os aparelhos chegavam aos domicílios brasileiros e crescia o número de estações, visto que a atividade já se mostrava um ótimo negócio, a tendência de extinção dos jornais impressos caía em descrença. Isso porque as pessoas viram ambas as mídias como alternativas.
Com o passar dos anos, o rádio se expandiu por todo o território nacional — graças à transmissão de amplitude modulada (AM) —, não demorando a consolidar-se como o principal meio de difusão. Por meio dele, o público tinha acesso à entretenimento, informação e cultura.
No entanto, os avanços tecnológicos, mais precisamente a televisão, colocavam em xeque o futuro do rádio. A TV tratava-se de um aparelho que “rivalizava” por conta do seu propósito (que era o mesmo até em relação à rentabilidade), mas contava com o plus de oferecer uma experiência audiovisual.
Contudo, a harmonia entre os tipos de mídia existentes prevaleceu, e a situação pouco mudou desde o surgimento dos computadores pessoais e da internet, que reúne todos os elementos em um só dispositivo. Inclusive, a maioria dos veículos marca presença a partir de diferentes mídias.
As principais razões para o fortalecimento do rádio
Ao analisarmos o contexto histórico e certos detalhes ligados às tecnologias modernas, somos capazes de identificar uma série de motivos que contribuem, direta ou indiretamente, para que o rádio ainda seja muito utilizado.
O que você acha de conhecer alguns deles? Neste tópico, elencamos uma série de detalhes que influenciam o sucesso do rádio, desde características técnicas até aspectos socioeconômicos.
Funcionamento alternativo na internet
Um fenômeno muito interessante, que tem ocorrido conforme o surgimento de inovações tecnológicas, é a integração. Se por um lado a internet centralizou todos os tipos de mídia que conhecemos, ela o fez trazendo todos eles para si.
Por exemplo, do mesmo jeito que o rádio é acessado via desktop, notebook, tablet e smartphones, ele continua acessível pelo uso de aparelhos específicos, os quais muitos de nós utilizamos em diversos tipos de lugares (ruas, casa, automóvel etc.) sem a necessidade de contratar um provedor de serviços. Essas formas de funcionamento alternativas fizeram com que o rádio continuasse muito presente na sociedade.
Integração com as mídias sociais
As rádios já não produzem conteúdo pensando apenas no dial — aparelhos convencionais de transmissão. O conteúdo é feito para ser distribuído de diversas maneiras e plataformas. Os ouvintes não estão mais focados em escolher entre AM ou FM, apenas escuta-se a rádio.
Algumas emissoras transmitem programas ao vivo nas redes sociais, como Facebook e YouTube, utilizando imagens dos estúdios e fazendo publicidade visual, o que amplia as possibilidades comerciais.
É um conteúdo tão versátil que já está migrando para o audiovisual. Por exemplo, os sites das rádios, além de fornecerem streaming ao vivo e podcasts, oferecem matérias escritas e, também, no formato de vídeo.
Como o ouvinte de hoje é também um internauta, ele apresenta características imersivas adquiridas no novo meio. Isto é, ele participa, opina, sugere e critica muito mais do que em outras épocas, sendo que o uso de redes sociais se configura como o principal meio de expressar e compartilhar ideias.
Acessibilidade do rádio
O rádio é a mídia mais rápida, eficaz, acessível e que exige menos fidelização física do usuário, que pode se manter informado sem interromper suas atividades cotidianas, pois exige o comprometimento de apenas um sentido humano: a audição.
Além disso, estamos falando de uma das mídias mais democráticas, pois ela se comunica com quem não sabe ler e/ou não pode enxergar. Além disso, abrange todas as classes sociais — o que se deve ao baixo custo do aparelho e à facilidade para sintonizar transmissões de alta frequência.
O alcance do rádio com sinal de alta qualidade é, também, um ponto que a tecnologia não conseguiu superar. Há muitas regiões no planeta cujo sinal de internet ainda é precário ou nem mesmo existe, diferentemente das ondas do rádio.
Recursos técnicos
O uso de dispositivos móveis agiliza o trabalho do repórter durante a apuração e a transmissão de informações, por exemplo. Além disso, internamente, as rádios ganharam em qualidade com a digitalização.
Hoje em dia, os materiais são editados com produtos de softwares sofisticados e especificamente desenvolvidos. Unindo as possibilidades tecnológicas com as demandas do setor, as soluções permitem a entrega de serviços muito mais qualificados — eliminando ruídos e inserindo efeitos mais bem elaborados.
Os desafios do rádio perante os avanços tecnológicos
O rádio é um tipo de mídia que facilmente se adapta a novas tecnologias. Quer bons exemplos disso? Praticamente, todas as estações têm as suas versões online, ou seja, sintonizadas via internet. Como vimos, muitas delas ainda aproveitam para disponibilizar a transmissão em plataformas de vídeo (como o YouTube).
Contudo, a mesma transformação digital que proporciona oportunidades como essa é a que traz inovações capazes de ocupar espaço na vida dos usuários. Os maiores desafios acontecem porque as novas tendências costumam influenciar o comportamento do consumidor, portanto, é importante que a radiodifusão procure manter o rádio alinhado às mudanças.
Para isso, no entanto, as emissoras devem dispor de equipamentos de ponta, infraestrutura e profissionais capacitados, pois esses são itens essenciais para que a estratégia funcione. Afinal, os equipamentos mais modernos oferecem diversos recursos compatíveis com o mundo digital.
Embora os desafios não possam ser ignorados, concluímos, ao analisar o contexto histórico e algumas características, que o rádio é um mecanismo bastante funcional e versátil, que se mostrou capaz de superar muitos obstáculos e conseguiu se integrar com os avanços tecnológicos.
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